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Crônica Acionária e Pintura Imaginada


inicialmente, formatei a Crônica Acionária (C.A) apenas como forma de apropriação do processo de escrita e transfiguração da palavra para outras composições mentais, como já bem fez Yoko Ono e outros artistas. estas crônicas são consumadas somente pela imaginação do leitor/escutante :: no ato de elaboração da Pintura Imaginada (P.I) — estágio final da proposição.

antes partindo apenas de textos com orações descritivas, baseados em ações ou elementos visuais do cotidiano torcidos por eventos imaginários, como em "canananarri adentro" e "sicici-sicici-sicisão entrededos, entrecorpo", as C.A se deslocaram em apreendimento de objetos físicos como elemento narrativo; o que agrupo e chamo "elementos de contato".


de forma prática, a pessoa escutante-leitora-ativadora cria suas próprias composições mentais por seu reportório imagético associado aos elementos de contato propostos por tal crônica acionária, resultando numa pintura imaginada, a qual não lança mão à materialidade, mas se fixa [ou não] individual e mentalmente:


elementos de contato + repertório imagético pessoal = pintura imaginada


assumir uma composição imaginada como trabalho final, implica, obviamente, em diluir um pouco mais as fronteiras entre linguagens como a pintura, escrita e as artes de ação. entretanto outras noções que me interessam a discussão através de C.A e P.I são o registro de trabalho e a autoria (dados que me tensionaram a partir dos estudos em arte de ação; performance, happening, proposições, afins). que quando abro mão de uma transposição física do que seria uma primeira imagem mental, esta se torna [não primeira, mas] a única por um instante e depois se perde completamente ao próprio ativador. e quando defino crônica acionária apenas como procedimento e pintura imaginada como trabalho final, quanto me resta o título "artista"? pois agora atuo como facilitador e não retenho registro das pinturas, ou sequer o nome de todos os ativadores que produziram suas pinturas.

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